domingo, julho 22, 2007
quarta-feira, julho 18, 2007
Cormac McCarthy

Outrora existiam trutas nos regatos das montanhas. Víamo-las paradas na corrente cor de âmbar, com a fímbria branca das barbatanas a ondular mansamente na água veloz. Cheiravam a musgo quando as segurávamos na mão. Luzidias e musculosas e a contorcerem-se. No dorso tinham desenhos vermiformes que eram mapas do mundo no seu devir. Mapas e labirintos. De uma coisa que não podia ser recriada. Cuja harmonia não podia ser reposta. Nos fundos vales onde as trutas viviam, todas as coisas eram mais antigas do que o homem e nelas ressoava um mistério.
Cormac McCarthy, A Estrada, Relógio D'Água, p. 187 (tradução de Paulo Faria).
sexta-feira, julho 06, 2007
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